quarta-feira, 4 de maio de 2011

COGITO

Como seriam as minhas mãos
se meus braços tivessem
a mesma freqüência atômica
da mesa onde me apoio?
E se os deuses, que me sonham, despertassem?
Será azul o céu que vejo,
ou meus olhos foram adestrados
para enxergarem azul esta obstrução específica da luz?
Existo, penso, sou pensada?
Logo... Logos?

Porque só a maturidade nos permite
abandonar todas as sólidas certezas
e perscrutar a meta/física?
Por que me penso, ou sou pensada,
pensando que em tudo existe
peso, matéria e vida limitada?

Apoio a minha mão na mesa
e tenho a confortável sensação
de que a mesa existe
e sobre ela repousa a minha mão.
Impeço o colapso da razão.
Ou não?

2 comentários:

  1. Filosofia poética de alta qualidade. Essa merece um prêmio!

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  2. Existe, é pensada e faz poesias que nos fazem a questionar tb. Linda poesia,com sua marca registrada .

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